A Emergência do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), no Distrito Federal, precisou distribuir máscaras cirúrgicas desde a noite de terça-feira (24) por haver paciente internado com suspeita de meningite na unidade e devido ao risco de circulação do H1N1. Servidores, vigilantes, polícia, Samu e outros pacientes passaram a usar a proteção.
Servidores afirmaram à TV Globo que havia pacientes internados com suspeita das duas doenças. A quantidade deles não foi informada.
A Secretaria de Saúde, no entanto, negou que haja um surto de meningite no HRT. “Há um caso suspeito de meningite no hospital, mas o uso das máscaras é um dos métodos de prevenção ao vírus influenza [o da gripe], que, durante este período, tem maior circulação.”
Distribuição
O vigilante Wellington Orquiza sentia dores no peito. Segundo ele, na hora do exame, por volta das 18h, enfermeiras começaram a distribuir as máscaras.
“Eu vi eles confirmando lá dentro que há dois surtos de meningite e um de H1N1”, disse. “Ou seja, distribuíram as máscaras. Os médicos vieram ali até a recepção, pediram para as pessoas que estavam aqui todas se retirarem. Principalmente quem estava com criança pequena e idoso.”
A quantidade de máscaras, porém, não foi suficiente para todo mundo. “[Estamos nos protegendo] Tampando com a boca. Com a camisa”, explicou o servidor Adisney Aldes.
“Eu entrei com minha neném, e eles não me deram”, disse uma acompanhante. “Não tinha nada para proteger. Nem máscara”, afirmou o cozinheiro Francisco Fontenele.
No balcão que libera o acesso de pacientes, uma servidora disse que o hospital reforçou os cuidados ainda na terça. “Na verdade eu acredito que não é surto. São pacientes mesmo. Chegaram para o pessoal do atendimento, com sintomas de meningite e H1N1”, disse ela, que não quis se identificar.
A servidora afirmou à reportagem que havia só um caso confirmado de meningite, mas não soube precisar o de H1N1.
Preocupação
A situação fez com que a operadora de caixa Flávia Vitória desistisse de buscar atendimento no hospital. Ela trouxe o bebê de 9 meses para atendimento na pediatria. Na hora de fazer o cadastro, ficou preocupada.
“Por que que vocês tão usando máscara aqui, hein?”, questionou. “Tem paciente com meningite”, explicou o atendente. “Não é perigoso para criança, não?”, perguntou em seguida. “É perigoso pra todo mundo, né? Né só pra criança não.”
O pintor Carlos Alberto conseguiu uma máscara com muito custo do vigilante. “Ela está furada. Furada não tem jeito de usar. [Não vai proteger] Nada.”
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